O uso de IA para advogados está avançando. Imagine um cenário em que um advogado analisa milhares de documentos em poucos minutos, de forma célere, identifica padrões jurídicos complexos com precisão e redige petições com base em precedentes históricos.
Essa realidade não é ficção: a Inteligência Artificial (IA) já está impactando, positivamente, o setor jurídico, e dominá-la é um passo essencial para quem deseja se destacar na advocacia do século XXI. A IA não é mais um tema de ficção científica.
No Brasil, escritórios, cotidianamente, adotam soluções de IA para gestão de casos e compliance. Sua presença se justifica pela crescente demanda por eficiência, pela expansão exponencial do volume de dados jurídicos e pela necessidade de maior precisão nas análises.
Sistemas inteligentes identificam inconsistências e padrões que poderiam passar despercebidos por humanos, permitindo que advogados otimizem seu tempo e melhorem a qualidade dos serviços prestados.
A IA não substitui advogados, mas transforma a forma como o trabalho é realizado. Plataformas de pesquisa jurídica cruzam decisões de tribunais em segundos, permitindo uma busca rápida e precisa de jurisprudência relevante.
>> Comece agora a especialização em IA e seja indispensável no futuro do Direito
IA para advogados: vantagens e ferramentas
Ferramentas de processamento de linguagem natural organizam e resumem milhares de páginas de autos, facilitando a gestão documental. Sistemas automatizados de gestão de prazos enviam alertas automáticos para audiências e prazos processuais, garantindo um melhor controle da agenda.
Essas soluções permitem que advogados concentrem seus esforços em estratégias mais complexas e na personalização do atendimento aos clientes.
O impacto positivo da IA também se reflete na análise de contratos, onde ferramentas especializadas destacam cláusulas problemáticas e sugerem alternativas mais seguras. No campo da pesquisa jurídica, plataformas modernas permitem filtrar decisões por tribunal, tema ou período, gerando relatórios em minutos.
Leia mais: Descubra 10 soluções de IA para a rotina do Advogado
Modelos de IA podem ainda gerar rascunhos de petições iniciais ou recursos, e relatórios de decisões, como sentenças e acórdãos, adaptando-se ao estilo do advogado. No setor de compliance, sistemas monitoram mudanças legislativas e alertam sobre riscos para os clientes, permitindo maior conformidade com normas regulatórias.
Entretanto, o uso da IA na advocacia requer cautela. Sistemas treinados em dados estrangeiros podem não captar nuances do direito brasileiro, e decisões recentes ou mudanças legislativas podem não estar incorporadas em modelos antigos.
É essencial estar atento aos vieses algorítmicos, que podem reproduzir desigualdades presentes nos dados históricos. Por isso, a validação humana das sugestões feitas pela IA é indispensável e altamente recomendada.

Advogados também devem manter a transparência com seus clientes, informando sobre o uso dessas ferramentas e seus limites. A segurança de dados é outra preocupação fundamental, exigindo medidas como criptografia, autenticação de acesso e contratos de confidencialidade para proteção das informações sensíveis.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou, em 11 de novembro de 2024, a “Recomendação sobre o Uso de Inteligência Artificial Generativa na Prática Jurídica”, e publicou as diretrizes sobre o uso de IA na advocacia, enfatizando princípios como transparência, responsabilidade e confidencialidade.
Advogados devem compreender o funcionamento dessas tecnologias, realizar auditorias para garantir a atualização dos sistemas e documentar seu uso para garantir rastreabilidade. O futuro da advocacia passa pelo uso inteligente dessas ferramentas, e a integração gradual da IA pode ser a chave para uma prática jurídica mais eficiente e inovadora.
Por esta razão, para começar a explorar esse potencial, é recomendável testar plataformas gratuitas, participar de cursos sobre ética e aplicação prática da IA e integrar essas soluções de forma progressiva, iniciando por tarefas repetitivas e evoluindo para análises mais complexas. A IA não é uma ameaça, mas uma aliada para aqueles que souberem utilizá-la com responsabilidade e estratégia.
>> Comece agora a especialização em IA e seja indispensável no futuro do Direito
Coluna escrita por Thiago Romero – Coordenador da pós-graduação em Inteligência Artificial e Inovação aplicada ao Direito.

